O Náufragio.

Milhares de pessoas vivem com algemas invisíveis.
Sem delito que os condenem, não conseguem enfrentar inimigos imaginários. 
Tornaram-se prisioneiros de seus próprios corações.
Algumas pessoas vivem dentro de cercas construídas por elas mesmas.
Sem saber, aceitaram o grito imaginário de um general que nunca existiu. 
Sentem pavor com o rugir de leões empalhados. Temem o veneno de cobras mortas.

"Para eles, é como se um estado de espírito negativo fosse uma realidade tão cruel que o mêdo legitima a idéia do próprio fracasso."

O pessimismo mental de uma pessoa determina a priori, que o futuro permanecerá nebuloso.
A sensação da impossibilidade de realização da felicidade, a perda do sentido da própria existência, e a sensação de que vida empaca na impossibilidade de seguir adiante: eis o drama de quem perdeu a esperança e o sonho!

Assim é a vida para eles. 
Não há saída para um mundo onde a pessoa se sente tão deslocada, tão sem rumo e sem vontade de viver e seguir adiante.
Portadores da pior doença, a dita "doença do coração", sobrevivem com a falta da esperança na mudança.
Nesse vai-e-vem sem futuro, já vi muita gente perder o elo com a Vida .

Se queremos encarar a vida como ela é, não podemos deixar de arriscar. 
Diz uma teoria psicanalítica, que na raiz do medo não está o temor do outro. 

"O maior medo não é aquele que temos de nossos inimigos, mas o "medo de nós mesmos" quando estamos diante deles, porque eles só eles podem nos tirar o chão e nos fazer desacreditar na gratuidade da vida e da existência."

Coragem é não se aquietar.
Fortaleza é encarar a vida e aceita-lá como ela é, com suas belezas e fracassos!
Agora estou convencido de que o mundo pertence àqueles que aceitam arriscar sua própria vida para atingirem os seus ideais. 
Esses formam uma grande comunidade da qual o mundo não é digno. 
(Hb 11, 38).
 
Salamaleiko.