domingo, 6 de dezembro de 2009

Por que Escrevo ? Desabafos Existenciais.




Simone Lucie Ernestine...
Mais conhecida como Simone de Beauvoir, foi uma escritora, filósofa existencialista e feminista francesa que viveu na Europa até o ano de 1986.

Ela teve obras lançadas nas mais diversas áreas do conhecimento humano: romances, filosofia, política, sociedade. Ainda escreveu alguns ensaios sobre linguística e uma autobiografia se destacando com uma das mais renomadas discipulas de Jean Paul Sartre na Sorbonne.

Meio que por acaso, remexendo em minhas pastas e fichamentos essa semana, encontrei um fragmento de texto que veio a calhar com este momento.

Outro dia questionei-me sobre a utilidade de manter este blog atualizado semanalmente.
Tanto trabalho, pra quê? pensei.
Escrevo pra quem?
Porque sinto a necessidade constante de expôr-me em idéias?

Dúvidas sobrevoaram meu coração.
A idéia de manter este canal de comunicação com os leitores amigos tem gerado em mim, ao mesmo tempo, alento e esperança, cansaço e consolo, além da exigência e disciplina nas leituras. Confesso que não tem sido fácil.
Hoje aceito com a alegria os conselhos da sábia escritora.
Faço questão de postá-los aqui no Blog.

Boa leitura.
Salamaleiko irmãos!



ESCREVO PARA SUPERAR A DOR.
Um texto de Simone de Beauvoir.

Nos períodos mais difíceis da minha vida, rabiscar frases e pensar textos - ainda que nunca fossem lidos por ninguém - me trazia o mesmo conforto que a reza, para quem tem fé...

Através da linguagem ultrapasso minha história  particular e comungo com toda a humanidade.
Toda dor dilacera...Mas o que torna a dor intolerável é que quem a sente tem a impressão de estar separado do resto do mundo.

Quando a dor é partilhada, ela ao menos deixa de ser um exílio.
Por isso afirmo: não é por deleite, por exibicionismo ou por provocação que muitas vezes os escritores relatam experiências terríveis ou desoladoras de suas almas.

"Os escritores sabem que por intermédio das palavras, eles conseguem universalizar a dor e permitem que os leitores conheçam, em seus sofrimentos individuais, os consolos da fraternidade."

Em minha opinião, essa é uma das funções essenciais da literatura, e o que, para mim, a torna insubstituível e essencial:

"Escrevo para superar a solidão que é comum a todos nós e que, no entanto, faz com que nos tornemos próximos  e dependentes de algum modo uns dos outros."

Por isso escrevo.
Simone de Beauvoir.

7 comentários:

  1. Querido Frei Eduardo, suas palavras são bálsamos como também a de alguns esritores que passei a conhecer através de vc. Fico feliz de ter conhecido alguém como vc , uma pessoa do BEM.Realmente as vezes pensamos ser os nossos problemas os piores do mundo, compartilhar os tornam mais leves. Tudo de bom pra vc. Abração . Renata. OBS: Não precisa postar, obrigado!

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  2. Olá Renata.
    querida..esse é o grande objetivo..a meta..
    não só postar aqui textos meus, mas fazer a ponte, indicar setas, abrir caminhos para outros insights...se conseguir isso me dou por satisfeito com a temática do blog.
    Obrigado pelo teu carinho, pela leitura constante.
    Leitoora que mora tão perto..
    abraço..a paz.

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  3. Simone é divinal!

    Belo Blog ;)

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  4. Dayne queridaaa...
    valeu pelo comentss..
    estou seguindo teu blog desde já...
    um abraçoo..amiga..a paz

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  5. Ao ler o que Simone de Beauvoir escreveu lembrei das palavras de Érico Veríssimo sobre "ser luz": "Desde que, adulto, comecei a escrever romances, tem-me animado até hoje a idéia de que o menos que um escritor pode fazer, numa época de atrocidades e injustiças como a nossa, é acender a sua lâmpada, fazer luz sobre a realidade de seu mundo, evitando que sobre ele caia a escuridão, propícia aos ladrões, aos assassinos e aos tiranos. Sim, segurar a Lâmpada, a despeito da náusea e do horror. Se não tivermos uma lâmpada elétrica, acendamos o nosso toco de vela ou, em último caso, risquemos fósforos repetidamente, como sinal de que não desertamos nosso posto". (Érico Veríssimo)
    Penso que essa deveria não só ser a missão de um escritor, mas de todos nós, pois o pouco o qual pensamos fazer, é o muito para aquele que recebe. Então, o simples fato de riscar um fósforo pode devolver a fé e a esperaça a muitos corações.
    Um abraço!
    Ana Paula (Paróquia Santo Cristo dos Milagres - Niterói)

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  6. Por isso é que eu também escrevo.
    Pra aliviar, pra eternizar.
    Conforta, como se eu falasse diretamente com Deus.
    Alma transcrita é bonito de ver.

    ^^

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