Visita Arqueològica a Qumram - Mar Morto.

Tive hoje a grata oportunidade de visitar o sitio arqueològico de Qumram no Mar Morto...

Anos depois das aulas ministradas na faculdade, pude ver com meus proprios olhos uma das maiores riquezas da historiografia biblica.

Localizada pròximo ao deserto do Negev, Qumram è um patrimonio històrico cultural da Humanidade.

De acordo com o historiador Flavio Josefo...

quem escreveu os pergaminhos do Mar Morto foram os essenios.

Estes eram membros de uma seita religiosa, que abdicando da vida comum, decidiram retirar-se para o deserto da Judeia fundando ali uma antiga comunidade ascètica.

Como monges que viviam na mais pura austeridade...

aqueles homens abandonaram Jerusalem para se dedicarem a experiencia do eremitèrio, levando uma vida dedicada a oracao, ao estudo, à meditacao, à pobreza e a caridade.

Os membros da seita tinham que entregar todos os seus bens materiais à Ordem e assim viviam numa perfeita harmonia comunitaria.

Os essenios instalaram-se no deserto de Qumram no sèculo I a.C.

No ano de 31 d.C. abandonaram o local, que tinha sido destruido por um terremoto.

Trinta anos mais tarde, os membros da comunidade retornaram ao sitio, reconstruindo o povoado com seus costumes e crenças atè o ano de 68, quando foram todos massacrados pelos soldados do imperador romano Tito, que se dirigiram a Jerusalem para reprimir a religiao judaica.

Ao verem aproximar-se as legioes do exercito romano...

os essenios ocultaram rapidamente seus bens mais preciosos: As Sagradas Escrituras. Esconderam-nas em grutas pròximas ao povoado e em outras cavernas inacessiveis nas escarpadas encostas dos vales.

Entre os achados mais importantes...

estao trechos dos originais do livro de Isaias, partes de Daniel, trechos do Pentateuco e parte de alguns livros do Novo Testamento.

Os textos possuem uma singular particularidade...

por serem mil anos mais antigos que os registros do Antigo Testamento conhecidos até então, e por oferecerem uma vasta documentação inédita sobre o período em que foram escritos, revelando aspectos desconhecidos do contexto político e religioso nos tempos do nascimento do Cristianismo e do judaísmo rabínico.

Os pergaminhos contem pelo menos um fragmento de todos os livros das escrituras hebraicas, exceto o livro de Ester. Além de fragmentos bíblicos, contem regras de vida da comunidade, escritos apócrifos, calendários lunares e outros documentos.

Os manuscritos do Mar Morto foram casualmente descobertos...

por um pastor do campo, que em busca de uma cabra perdida no alto de uma montanha, localizou em 1947, a primeira das cavernas com jarros cerâmicos contendo os rolos.
Por coincidencia do destino, ele atira uma pedra dentro de uma gruta e ouve o sonido de um vaso de barro a se quebrar. Era o pressagio da descoberta. 

Inicialmente os pastores tentaram vender sem sucesso o material em Belém.

Outra parte dos Manuscritos...

encontrada nas últimas dez cavernas, estavam no Museu Arqueológico da Palestina, em posse do governo da Jordânia, que então controlava o território de Qumram.

Em 1967, com a Guerra dos Seis Dias...

Israel apropriou-se do acervo do museu, porém, mesmo com a entrada de pesquisadores estrangeiros, o avanço nas pesquisas não foi signicativo. Apenas em 1991, com a quebra de sigilo por parte da Biblioteca Judaica, em relação aos microfilmes que Israel havia enviado para algumas instituições pelo mundo, um número maior de pesquisadores passou a ter acesso aos documentos, permitindo que as pesquisas, enfim, avançassem significativamente.

Hoje, existe espalhada pelo mundo inteiro a Exposiçao "Pergaminhos do Mar Morto".
Em 2003, esta Exposicao passou pelo Museu Nacional do Rio de Janeiro.
Recordo-me com alegria daquelas primeiras imagens.
Sem elas, fato, nao teria estado possivelmente aqui hoje.

Para maiores pesquisas, indico o livro:

Textos de Qumran.

MARTINEZ, F. G

Editora Vozes, Petrópolis. 1995.

Frei Eduardo F. Melo
Qumram - Israel
30 de junho de 2010.