sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Gestos de Misericórdia - Nazaré




Gosto de relembrar os gestos de misericórdia realizados por Jesus.
Essa contemplação sempre me ajuda a perceber a amplitude do "reino" pregada pelo mestre de nazaré.
Com seu jeito livre de ser, Jesus provocou uma revira-volta teológica na cabeça dos judeus.


UM CONFRONTO TEOLÓGICO

Os homens que frequentavam o templo foram atingidos em cheio em seus escrúpulos. 
Jesus mostrou-lhes que as vendas religiosas podem cegar uma fé. 
Sempre que um dogma precisa ser salvo, que o digam os ortodoxos mais radicais, um aflito acaba sendo esquecido e jogado "para escanteio"...
A História comprova.


OUTRAS DECEPÇÕES

Jesus deve ter provocado uma grande decepção nos judeus. 
O evangelista João se refere a este fato quando retratou a história do Filho de Deus com a seguinte frase: 

"Veio para os seus, mas os seus não o receberam. [!]
Mas a todos os que o receberam deu-lhes o direito de serem chamados filhos de Deus". 


UMA MUDANÇA PARADIGMÁTICA

Com o inicio do "processo de perseguição" que caiu sobre o nazareno, de repente, não vemos mais Jesus nos mesmos lugares. 
A casa do pecador tornou-se seu espaço de comunhão. 
Todos foram para o templo, mas ele foi visto em um lugar estranho, nos pavilhões indesejados da piscina de Betesda (cf. Joao 5). 
Ao escapar das multidões e seus desencontros, a casa de um maldito, o publicano Zaqueu, tornou-se a sua casa.
Sua fama agora é a de um homem quem gosta das festas, com suas comidas, bebidas e gente despretensiosa e livre.
Que Jesus é este que agora frequenta "o mundo" sem medo dos julgamentos alheios?
Quebra de paradigmas.


UM NOVO MUNDO A SER DESVENDADO

Na cruz morre um homem porque não quis ser o que "o seu mundo" lhe impôs. 
Mas também na mesma cruz, morre o homem que Jesus nunca foi. 
Ele termina na cruz, porque é assim que os poderosos fazem com os que destoam. 
Ele termina na cruz desfigurado, porque aquela não era a imagem colada pelos seguidores em seu líder. 
Talvez apenas este paradoxo explique o estranho fenômeno de desconhecimento que acompanhou  a VIDA dos seus seguidores mais íntimos diante de sua morte.


QUEM É ESTE HOMEM?

Interessante notar como a confusão se instalou:
Maria o confundiu com um jardineiro atrevido, possível responsável pelo sumiço do corpo do Mestre amado. 
Os discípulos de Emaús o confundiram com um judeu mal informado sobre os acontecimentos de Jerusalém. 
Os discípulos o tomaram por uma ameaça.
Eles viviam dias perigosos de perseguição logo após a sua morte, e nao queriam dar "bobeira" para o azar andando ao lado de um "desconhecico". Ele podia ser um espião! 

Os que estiveram a seu lado não o reconheceram. 
Não será porque o Cristo glorioso, aquele do grande plano divino, fora desconstruído junto com a morte na cruz? 
E este homem que agora vêem, não será aquele que não conseguiram, mas deveriam, enxergar o tempo todo?

Qual a imagem que carregamos do Cristo Jesus?
Onde estaria Ele, hoje a nosso ver?


Salamaleiko.

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