quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

OUTROS INSIGHTS.



Algumas etapas da minha vida foram marcadas pela queda de caros conceitos.
Lembro-me que quando jovem, ao voltar para a Igreja, imaginava poder sustentar pra sempre algumas idéias que hoje não fazem mais parte sequer de meu vocabulário.
Assim como o sofrimento fez de Jó um homem amadurecido na interpretação de sua vida e de seus dias, todos nós somos obrigados, inevitavelmente, a passar pela "Crise de Jó."
Quem me diz que nunca duvidou nem questionou a Deus, para mim ainda não conheceu a dor expressada no grito de jesus na cruz: 
"Pai , porque me abandonaste?"

Hoje considero piegas e irresponsavel a pregação de que Deus exige de cada pessoa uma santidade perfeita.
Interesante notar que Jesus não conviveu sempre com "gente certinha".
Ao contrário, Ele os evitava e fortemente os criticava.
Ele chamou os sacerdotes judaicos e sepulcros caiados, de cegos que guiam outros cegos, e o pior, condenando-os ao inferno onde haveria choro e ranger de dentes.

Cristo gostava da companhia de pecadores. E por quê?
Talvez porque lhe para Jesus os pecadores lhe pareciam mais humanos, mais verdadeiros em suas crises, e abertos ao mundo com suas fragilidades e rupturas.

Repare que Jesus chamou pessoas bem dificeis para o seu grupo.
Pedro era tempestivo e inconstante. ("Darei a minha vida por ti!". Antes que o galo cante me negarás!")
Tomé hesitante em crer. ( "Senhor eu creio, mas aumenta a minha fé")
João, vingativo e iracundo ("queres que mandemos fogo do céu?")
Felipe, lento para compreender (Senhor, mostra-nos o Pai!").
Judas, foi desonesto e ladrão.

Porque será que Jesus tinha tanta dificuldade em lidar com os membros da Sinagoga e com os doutores da Lei? 
Talvez porque eles entederam santidade como perfeição. E humanamente falando, conceber uma tal realidade assim seja impossivel.  

Para Jesus Santidade não significava simplesmente obediencia a um conjunto de normas. Isso os judeus faziam bem, e com perfeição. Para ele, os atos por fora não valem o mesmo que a intenção que há no coração de uma pessoa.

Para Jesus Santidade se confunde com Integridade, que deve ser compreendida como inteireza da pessoa.
As sombras, as faltas, os erros passados, as sombras e as inadequações de uma pessoa precisam ser encaradas sem medo e sem neuroses.

Jesus revela um Deus que não exige de nós vidas "perfeitinhas" e imutáveis.
Ele sabe que a estrutura humana é formada de pó.
Ele não exigiu correção absoluta, pois para isso, teria que converter os homens em anjos. E a encarnação foi justamente o contrário.

Olhando o modelo de santidade pregado por Jesus...
é possivel entender que os mandamentos e a Lei serviam sim, para mostrar que não basta a obervência cega dos legalismos. 

Integridade e santidade nascem do exercicio constante de confrontarmos luzes e sombras trazendo-as diante de Deus e assim mesmo, saber que somos amados por Ele.

Pecado e santidade, por fazerem parte das dimensões mais profundas do ser humano, são tratadas com o mesmo cuidado e carinho por Deus.
Creio muito nisso.
Salamaleiko.

Um comentário:

  1. ADOREEI! Parecido com o q postei falando de santidade ;) Bjos...

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