sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Escolhas difíceis em tempos de Crise.



Acabo de ler a Obra...
Ética da Vida: para a construção de um novo mundo.
(do teológo e escritor Leonardo Boff.)

Suas considerações filosóficas são impressindiveis para pensarmos as nossas escolhas  em tempos de crise. Considerado por muitos como autor "de esquerda", Boff tem presenteado a nossa geração com textos e exposições muito pertinentes aos desafios da modernidade.

Sua cosmovisão interdisciplinar...
Baseada nas novas pesquisas da psicologia, da História, da Teologia, da Neurolinguistica e da Filosofia, fazem seus escritos repercutir nos mais variados campos da ciência. Essa, é com certeza, marca de sua originalidade e fator que torna sua obra tão especial.  


Guardo com imensa alegria de coração a lembrança de suas aulas e palestras realizadas em Petrópolis. Apesar de não concordar com todas as suas teses, posso dizer com certo orgulho que fui aluno deste gênio e mestre das palavras.

Olhando para a realidade, podemos afirmar:

Vivemos um tempo único da História.
Crise é a palavra do momento.
Há crise em quase todos os setores da sociedade.
Crise na Política, na Economia, na Ética, na Educação, na Religião.
Há crise na Família. Há crise no ser humano, crise de decisões, crise de escolhas éticas.

Se formos sinceros, podemos afirmar:

Todos vivem de preferências.
As escolhas nascem da nossa vontade individual. 
Dizemos sim ao que nos fascina e não ao que antipatizamos. Nunca como hoje, fomos ou nos revelamos tão narcisistas.

Gostamos de admirar nossas imagens no espelho.
Todos gostamos de ser elogiados.
Porém , o mais complexo é saber que  precisamos disso para sobreviver "bem".

Nossas paixões engatilham processos que possuem repercussões maiores do que imaginamos. Pagamos um preço caro por entregar nossas vidas a quem depois poderá nos  escandalizar, mas nem por isso, deixamos de arriscar nossa vida por "um amor".

Foi o psicanalista Jaques Lacan quem disse....

"O ser humano quer uma coisa (ou pessoa) mais que outra por conta da afinidade e interesse, e que nenhuma relação se sustenta sem que haja expectativa de oferta ou complemento de algo. Por isso, no fundo, toda relação obejtiva algo pra si, e nunca será pura ou livre de interesses de todo".


Sofremos porque esperamos amor...
Compreensão, colo e afeto na medida que queremos.


Quando alguém decide por uma coisa ou pessoa na vida...
Nada, e ninguém, o demoverá dessa idéia.
Lembremos que antes da conversão na Fé, vem a conversão da vontade.
Quando um casal de apaixonados decide entergar a vida um ao outro, nada nem ninguém (a advertência dos pais, o conselho dos sacerdotes, a palavra do psiquiatra), nada poderá derrotar esta paixão. 

A partir dessa abordagem, podemos afirmar com certeza:

Ninguém converte ninguém...
Argumentos rechaçados pelo coração entram por um ouvido e saem por outro.

"O fogo do inferno não assusta, o rosto franzido da Divindade e a ameaça dos pais não têm poder nenhum de mudar o sentimento de uma pessoa que decidiu ouvir a voz do próprio coração."

Foi o Filósofo Frances André Conte Sponville quem afirmou:

"Sensibilidade nasce da simpatia, e a disposição de ouvir, com a amizade.
A força que muda uma posição brota quando a graça precede o argumento, a credibilidade antecipa a explanação e a ternura dissipa o antagonismo."

As alternativas se reduzem com o amor.
O amor diminui as distâncias.
Positivo, abdica o que não lhe toca a alma.
Disposto, abraça o que aprecia.
Sem titubear segue o caminho excelente, movido pela ternura. 
Pela felicidade da amada, o namorado ousa andar na beira de qualquer abismo.
São poucas as opções para quem quer bem.


Com os olhos fitos, o amor busca o que mais deseja.
Teimoso e obstinado, só aceitará as verdades que lhe convém .
Para quem ama, resta apenas o sim e o não.
Para a alma encantada todo o talvez padece.
O amor fortalece a teimosia.
E a Teimosia é a engrenagem da história.

Que cuidemos das nossas opções e escolhas.
A fim de que os raios da compreensão iluminem nossas opções e saibamos adentrar caminhos que não obscureçam nossa história e enrijeçam nosso coração.

Essa é a questão!
Salamaleiko.
Frei Eduardo F. Melo
Santa Teresa
29 de Janeiro-2010.

4 comentários:

  1. Frei Eduardo, todos os dias venho aqui para ler suas reflexões, eu te admiro muito e agradeço a Deus pela sua vida, pelo SIM q vc disse a ele, e tenho a certeza que ele usa de ti com suas palavras para confortar mtos corações. Obrigada Frei!!!
    Eu Acredito sim q o melhor esta por vir!!
    Ate breve, vou te visitar mesmo!!
    Beijão, Mel!

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  2. _____________________

    Querida Meline...
    seja sempre bem vinda em nossa casa..
    Será uma alegria recebe-la por aqui...
    Agradeço de coração o carinho que tive entre voces em Nova Almeida...
    E que venham outros encontros em familia...
    Muitas casquinhas de ciri e muquecas de camarão..hehehee...
    Um abraço, querida.
    A paz.
    __________________________

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  3. Agora vc pecou utilizando Leonardo Boff, lembra que ele é excomungado da igreja e o motívo você já deve saber.

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  4. _______________________________

    Caro Bruno,
    Entendo sua colocação.
    Talvez quanto ao fato acontecido (a excomunhão) voce esteja certo lembrar.
    Quanto à avaliação de um autor por um fato acontecido em sua história, creio não ser bem este o critério para afirmar ou negar sua importância para a literatura atual.

    Lembremos que nem todas as suas teses foram condenadas.
    Além de que, para avaliarmos a qualidade de um autor deste calibre precisariamos ler toda a sua obra (que é vasta) para afirmarmos algo a seu respeito.
    Soli Deo gloria.

    Frei Eduardo F. melo
    _________________________________

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