Na segunda parte deste artigo, termino a postagem do texto que é uma abordagem que faço de um fragmento da obra de Paulo Freire, a “Consciência
Crítica”, retirado do livro “Educação e mudança”.
Boa leitura a todos!
10 características do indivíduo de Consciência crítica.
(Ah ! meu Deus, como precisamos dela, no pequenino quintal
religioso nacional).
1. Tem anseio de profundidade na análise dos problemas.
Quem tem a consciência crítica não
se satisfaz com as aparências. Pode-se reconhecer desprovida de meio para a
análise das situações, mas evita o juízo falso por desconhecimento das causas dos problemas.
2. Reconhece que a realidade é mutável.
Toda abordagem da realidade é limitada, temporal e exige flexibilidade de olhar interpretativo. Paciência histórica, inteligência de abordagem do problema e neutralidade na observação dos comportamentos são palavras de ordem.
3. Substitui situações ou explicações mágicas por
princípios autênticos de causalidade.
O indivíduo de consciência crítica não permite a simples aceitação de verdades simbólicas com o "aparato" da imposição. Questiona sem ser petulante e não se satisfaz com a instrumentalização da verdade diante de pessoas mais fracas.
4. Procura verificar ou testar as descobertas.
Como crítico de si, está
sempre disposto às revisões. Sabe que a exposição da verdade tem nuâncias interpretativas, e cuida para que a "ciência" que tem baseada na força de sua autoridade, não se sobreponha a inteligência de todos.
5. Ao se deparar com um fato, faz o possível para livrar-se de preconceitos.
5. Ao se deparar com um fato, faz o possível para livrar-se de preconceitos.
Evita racionalizações defensivas. Busca a liberdade na analise dos fatos da vida, não somente na captação das informações, mas também na análise e na
resposta diante dos questionamentos e decisões que precisa tomar.
6. Não aceita uma postura de "falsa" pacificação.
O individuo de consciência crítica é intensamente
inquieto.
O
essencial para ele é ir além, principio de busca pessoal e comunitária como base da autenticidade.
7. Mantem-se leve diante de suas responsabilidades e aceita a delegação de sua autoridade como serviço.
Torna-se
mais crítico quanto mais reconhece que o poder de mando se sobrepõe
como critério último no âmbito do "viver em sociedade".
8. É indagador, investiga.
Com sua análise da realidade, ele provoca. Suas idéias revelam uma profunda capacidade crítica. Sua missão é abrir janelas, criar pontes. Subir mais alto.
Com sua abordagem da realidade ele provoca as pessoas ao encontro do "mais profundo".
O conhecimento se torna a "boa notícia" que liberta.
9. Respeita e apóia o diálogo, nutre-se dele.
Para isso, evita toda superioridade que provoca medo, insegurança e disparidade social. Não se contenta com títulos, diplomas, nem se vangloria das "placas" de homenagem que recebe e carrega.
10. Face ao novo, não repele o velho por ser velho,
nem aceita o novo por ser novo, mas aceita-os na medida em que são válidos.
Sabe que todos estão a caminho, e que não existe conhecimento "fechado".
Aceita ser mais um peregrino na longa estrada da vida e já entendeu que não está no meio de uma corrida para saber quem chegará primeiro.
Caminha, sabedor que é apenas mais um peregrino no amplo espaço de construção da vida real. Tem o sonho voltado para o alto.
Tem os pés fincados na terra, e olhos atentos para frente.
Notas finais.
Considero Paulo Freire um homem à frente do seu tempo, com uma contribuição pedagógico-crítica
que extrapola o universo escolar.
Entendo que seus princípios seriam muito bem vindos nos
bancos e púlpitos das nossas Igrejas. Não acha?
Salamaleiko.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.