quarta-feira, 4 de julho de 2012

Por uma Teologia aberta (parte 2).




A concepção de que o mundo é aberto tem implicações dramáticas para a teologia. Não é fácil admitir no campo teológico a fluidez e efemeridade da realidade, especialmente a realidade ulterior. Isso porque a teologia, especialmente a dogmática, é construída sobre fundamentos absolutos. 

A teologia precisa se reinventar para dar conta da abertura do mundo.
Nem é preciso repetir toda ruptura paradigmática só é alcançada depois de um certo período de conflito. Thomas Kuhn nos mostrou isso com muita lucidez em Estrutura das revoluções científicas. E a teologia começa a ver esse conflito estourar em vários domínios e com diversas faces.

Embora bastante resistente, a ciência teológica não tem conseguido exorcizar a influência do paradigma emergente em suas paragens.
A visão de que tudo está fechado (Deus, homem, universo, futuro etc.) começa a sofrer duros golpes. Já há diversas formulações teológicas apontando para um Deus aberto, um universo aberto, um ser humano aberto, uma bíblia aberta, um futuro aberto, uma comunidade do reino de Deus aberta etc.

Eu diria que é impossível continuar a pensar num mundo fechado quando há um apelo, quase irresistível, de experiências cotidianas sinalizando um mundo aberto.
A teologia só se mostrará relevante num universo aberto se for capaz de dialogar com essa abertura; entendê-la e não negá-la.

Os fechamentos teológicos (fundamentalismos) são cada vez mais resistidos...
e a resistência não se dá mais apenas no nível da recusa intelectual. Têm surgido diversos movimentos político-sociais organizados para combater as manifestações e produções teológicas que se fundamentam em esquemas teológicos fechados.

Parece não haver outra saída...
ou abrimos a teologia ou ela se tornará completamente irrelevante, além de severamente combatida. É preciso abrir caminho para uma teologia aberta, construtiva, reflexiva, e profundamente humanizadora.

Artigo retirado do site do Sostenes Lima.
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