A concepção de que o mundo é aberto tem
implicações dramáticas para a teologia. Não é fácil admitir no campo teológico a fluidez e efemeridade
da realidade, especialmente a realidade ulterior. Isso porque a teologia,
especialmente a dogmática, é construída sobre fundamentos absolutos.
A teologia precisa se reinventar para dar
conta da abertura do mundo.
Nem é preciso repetir toda ruptura paradigmática só é alcançada
depois de um certo período de conflito. Thomas Kuhn nos mostrou isso com muita
lucidez em Estrutura das revoluções científicas. E a teologia começa a
ver esse conflito estourar em vários domínios e com diversas faces.
Embora bastante resistente, a ciência
teológica não tem conseguido exorcizar a influência do paradigma emergente em
suas paragens.
A visão de que tudo está fechado (Deus, homem, universo, futuro
etc.) começa a sofrer duros golpes. Já há diversas formulações teológicas
apontando para um Deus aberto, um universo aberto, um ser humano aberto, uma
bíblia aberta, um futuro aberto, uma comunidade do reino de Deus aberta etc.
Eu diria que é impossível continuar a pensar
num mundo fechado quando há um apelo, quase irresistível, de experiências
cotidianas sinalizando um mundo aberto.
A teologia só se mostrará relevante num universo aberto se for
capaz de dialogar com essa abertura; entendê-la e não negá-la.
Os fechamentos teológicos (fundamentalismos)
são cada vez mais resistidos...
e a resistência não se dá mais apenas no nível da recusa
intelectual. Têm surgido diversos movimentos político-sociais organizados para
combater as manifestações e produções teológicas que se fundamentam em esquemas
teológicos fechados.
Parece não haver outra saída...
ou abrimos a teologia ou ela se tornará completamente
irrelevante, além de severamente combatida. É preciso abrir caminho para uma
teologia aberta, construtiva, reflexiva, e profundamente humanizadora.
Artigo retirado do site do Sostenes Lima.
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