segunda-feira, 11 de junho de 2012

O Homem medíocre.


Estou começando esta semana a leitura do Livro, "O Homem medíocre", do escritor argentino José Ingenieros.
O livro fala sobre a arte de lidar com a maledicência alheia e as caracteristicas dos que destilam o mal pela palavra. Segue abaixo parte das reflexões que sobressaem na leitura da obra.

"Há seis coisas aborrece o Senhor, e uma sétima que lhe é abominação: olhos altivos, a língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, um coração que maquina projetos perversos, pés que se apressam a correr para o mal, uma testemunha falsa que profere mentiras, e aquele que semeia discórida entre os irmãos" Provérbios 6.16 9

Deus odeia toda maldade que gera morte...
Ele detesta, abomina, maledicência, calúnia, boataria. O Senhor execra a difamação com veemência. Por que não se combate precisamente o mal que pode desencadear a ira divina? O nono mandamento da Lei de Deus não deixava dúvida, Javé não tolera quem semeia suspeita: “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo”.


Por que a bíblia diz que Deus aborrece a maledicência com tanta força?
Porque o maledicente só desopila o baço quando, insatisfeito em arranhar uma reputação, busca destruir uma história. O caluniador crava as unhas na vida de pessoas que admira com ânsia de matar.


Porque o maledicente fuça a intimidade alheia para suscitar o que não presta.
Para isso gosta de ambientes mal cheirosos. É hiena com fome de carniça. O caluniador se alimenta de notícias estagnadas. Ele sabe revolver as fossas do passado –  fossas podres.

O mundo do caluniador rodopia em frases retalhadas de eventos que deveriam jazer no mar do esquecimento.
Quando retalha conversas, pinça revelações de contextos íntimos; e  joga ao vento com o intuito de arrasar.

Porque o maledicente se contenta em sussurrar meias verdades, ele aumenta e também inventa.
Sua especcialidade é imaginar. Evita o risco da calúnia com vagas insinuações. Fantasia, e espalha como fato, o que suspeita. O difamador não passa de rato. Seus movimentos são ágeis pelos esgotos da dúvida. Seu mundo necessita de penumbra; suas alucinações não resistem à luz. Necessita de lusco fusco para que todos fiquem pardos.


Porque o maledicente é escorregadio...
Adora o discurso conservador para se proteger de atos falhos, de pequenas escorregadelas. É ortodoxo. Gosta de discutir literalidade; detesta a sua subjetividade. Montado em lógicas incontestes, evita que outros percebam o desconforto que nutre consigo mesmo. A fofoca espalhada serve para esconder a alma exangue do detrator.

Como diz José Ingenieros:
"O caluniador quer empanar a refutação alheia para diminuir o contraste com a própria”. Quando sugere a dúvida, acredita que a sua leviandade diminuirá o discernimento das pessoas". 

Por que o maledicente precisa de cúmplices, ele só age em quadrilha.
Amparado por gente de coração diminuto, espalha o vírus da notícia imprecisa. Procura não aparecer. Basta esperar que a informação suspeita se espalhe pela boca rancorosa de simplórios. A maquinação da maldade não carece de sua supervisão. E não falta gente baixa. Sobra quem se deleita em assistir ao espetáculo de uma biografia enxovalhada na sarjeta.

Ele se delicia em saber que outros terminaram o serviço sujo que ele só começou.
Desdenha a Bíblia, que tanto repete: “Não se alegre quando o seu inimigo cair, nem exulte o seu coração quando ele tropeçar…”

Boa leitura a todos.
Na próxima semana, segue mais uma parte do fichamento.
Salamaleiko.

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