domingo, 21 de novembro de 2010

Sobre a humildade.



A humildade.
Concordo que a humildade não é a ignorância do que somos, mas, ao contrário, conhecimento, ou reconhecimento de tudo o que não somos.
É a admissão de que cheguei onde estou sem gabar-me de nada.
O humilde reconhece que é o que é, pela graça.

Quando penso em humildade, acompanho a frase do escritor:
“O homem pode demonstrar um falso amor, uma falsa fé, uma falsa esperança e outras graças, mas jamais poderá simular humildade”.

Concordo que o primeiro passo para encontrar a Deus é destruir nosso orgulho.
A humildade não sobrevive sem que se aniquilem as falsas onipotências.
O petulante não admite fragilidades, não reconhece limites, não aceita inadequações.
O soberbo se embrutece porque é insaciável. Odeia ser frustrado.

A humildade e a gratidão necessitam uma da outra.
O humilde sabe que não consegue fazer tudo sozinho.
Ele se alegra em reconhecer os que lhe ajudaram nos primeiros degraus.
Sente-se devedor dos pais que se sacrificaram para que estudasse, dos professores que lhe incutiram valores, dos amigos que nunca censuraram na vergonha, dos profetas que lhe falaram em nome de Deus.

O humilde, na sua oração pessoal, reconhece que não é causa nem fim em si mesmo.
Ele vê nos outros a co-participação na sua felicidade.
Por isso, celebra o presente como um dom.
A humildade é esvaziamento.
O prepotente não consegue amar.
Só quem abre mão dos controles é tocado pela compaixão.

Simone Weil afirmou que:
"O amor consente tudo e só comanda os que consentem em ser comandados”.

Amor é renúncia.
Não existe a possibilidade de coerção e amor se misturarem.
O pretensioso é inflexível, impaciente e estúpido. 
O humilde recua, na recusa de exercer força, poder e violência.

A humildade é demasiadamente discreta.
Se pretendo, um dia, ser humilde, ninguém pode perceber.
Mas, espero aprender a não cobiçar a divindade.
Quero ser como sou, sabedor de que posso melhorar.
Minha prece desta noite.

Frei Eduardo F. Melo
Santa Teresa - ES
21 de novembro - 2010.

Um comentário:

  1. Frei Eduardo,

    Os humildes reconhecem suas fraquezas,fragilidades. São modestos, mansos,frágeis. Fazem reverências e são submissos ao Nosso Criador.

    Essa é a questão... hehehe
    Forte abraço.
    Key

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