quinta-feira, 1 de julho de 2010

Infinitos Desertos Imaginarios.



Eram montanhas de areia a circundar aquele àspero e belo Horizonte.
Eu captava, estranha e passageira, uma ave que de tao longe avistada
Trazia-me noticias de um triste espaço inabitado.
Chorei ao ver a rocha que fendia sobre aquele longo e denso passo.
Era tarde.

O sol reluzia como fogo sobre a rocha do alto monte.
Eu tentava decifrar aqueles còdigos imaginàrios.
Os sonhos de infancia nao distantes volteavam à minha mente
Como nuvens que me pareciam ràpidas e intensas visagens.
Era luz.

O calor ensandecido daquele astro que me sufocava.
A relva amarela daquele pasto que a tudo resistia.
O mar que era morto, nenhuma vida permitia.
Como sombras de um carvalho no pico do monte pendurado.
Deparei-me com uma voz que me aturdia.
Era solidao.

Eu escalava sem temor aqueles alpes milenares.
Por estas trilhas contemplei beduinos em transe, insòlitos visionàrios.
A espera do milagre encontrei-me sob o cume daquele vale.
Eram dunas.

Jarros de cobre guardaram estes nobres relicarios.
Eram as primicias de uma seita sem precedentes literarios.
Monges, escritores, fortes e grandes operarios.
Restos fòsseis de essenios seculares.
Era livro.

Frei Eduardo F. Melo
Qumram - Mar Morto - Israel
30 de junho de 2010.
Quando aqui cheguei.

2 comentários:

  1. amiigoOOO...benza a Deus!! cada vez que entro no seu blog fico mais maravilhada com quao tamanha inteligencia, com grande bondade, simplicidade,. onde tudo isso percebemos so pelo teu olhar viu?! que nosso Pai celestial continue a te abençoar para que cada vez mais continues levando de forma tao bela a palavra de Deus às pessoas...
    te adoro e admiro muito amigo!
    abração...

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  2. Óh Frei, tô de volta a blogosfera! Meu "Paradoxo" tá sendo atualizado pra não criar teias de aranha, rsrsrs.

    Faz bem ler, faz bem passar sempre por aqui!
    Obrigada pelo café! rsrsrs.

    ^^

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