sábado, 24 de abril de 2010

Novos Insights - Crise na Igreja (Parte 2).



Vivemos um tempo difícil...
mas não podemos perder a esperança:

O MELHOR AINDA ESTÁ POR VIR...!
Outro dia fui abordado na rua por um católico que me perguntou sobre a gravidade dos ultimos escândalos noticiados pela mídia contra a reputação da Igreja Católica.
Sua dúvida repousava na idéia de que a Igreja perderia adeptos caso continuasse a permitir tais erros dentro de seus muros eclesiásticos.

Minha resposta foi incisiva e certeira.
A Igreja nunca me ensinou a errar!
Se eu erro, é por culpa própria. Não por responsabilidade da Igreja.

Para ilustrar o que quero dizer, citarei dois exemplos:
Quando um padre cai em pecado e faz a opção por alguma prática ílicita que foge ao padrão de comportamento ético e da santidade exigida por Jesus, de quem é a culpa?
Do padre ou da Igreja?

Quando uma pessoa sendo cristã e estando casada com uma outra, cai em adultério, de quem é a culpa?
Da pessoa ou da Igreja?

Temos de ser honestos: não existe Igreja de 4 paredes.
É por isso que a Igreja sonhada e querida por Cristo padece tantos ataques nos dias atuais. Quando erramos, é o corpo de Cristo que está em nós, os batizados, que fica ferido.
Quando os representantes da Igreja erram, invariavelmente é o Corpo de Cristo, a Igreja, que fica ferido. Logo, existe sobre nós um peso de responsabilidade tão grande que a carta de Pedro chega a afirmar:

"O julgamento vai começar pela casa de Deus!" (I Pedro 4, 17)

Podemos afirmar que na Igreja hoje, ao passo que atingimos um nível extraordinário de respeitabilidade...
mesmo entre os não-católicos, sombras se acumula e tempestades se repetem. É a face humana, pecadora, que tende a encobrir a obra Salvadora do Senhor Jesus.

É bem verdade que Jesus já havia anunciado:

“Haverá escândalos. Mas ai daqueles que provocarem-os!”  (Mt 18,7).
Mas Jesus também prometeu: “as portas do inferno nunca prevalecerão contra a Igreja"
(Mt 16,18).

É evidente que a fidelidade e a radicalidade da Igreja perante os ensinamentos de Cristo incomoda a muitas pessoas.
Sua clareza em matéria de Bioética, por exemplo, só pode inquietar a quem, em sua consciência, já sacrificou a lei divina de não matar, a interesses políticos ou ideológicos.

Somos contra o aborto...e a legislação de vários países nos condenam porque defendemos a vida desde sua geração no útero humano.
Somos contra o homosexualismo...e a grande maioria dos países aprova como crime a negação de tal opção como critério para novas uniões conjugais.
Somos contra a prática irresponsável do sexo antes do casamento...e a maioria dos países neo-liberais nos condenam atirando em nossa cara que precisamos nos adaptar aos novos tempos.

O Papa é coerente ao afirmar em sua carta:
"Alega-se o celibato sacerdotal como uma das causas dos abusos sexuais, ao mesmo tempo em que se esconde o fato dos casos infinitamente mais numerosos, tão escandalosos de pedofilia na sociedade hodierna fora do clero."
(Carta do Papa Bento XVI á Irlanda - n. 5 - março de 2010).

Ainda como Cardeal, Joseph Ratzinger sempre foi muito firme em suas conclusões...
demonstrando grande coragem ao enfrentar tais problemas por parte do clero, como o comprovam depoimentos de pessoas que com ele trabalharam na Congregação para a Doutrina da Fé em Roma.

Se não houve provas legais contra a veracidade do cuidado Pastoral do Papa nesta questão:
"...Portanto, é falsa e caluniosa qualquer insinuação que se venha a fazer de que o atual Pontífice tenha ocultado casos de abusos sexuais ou tenha sido condescendente com seus autores."

Como Pastor e Pai, o Papa Bento XVI manifestou confiança na imensa maioria dos sacerdotes fiéis...
muitos deles heroicamente empenhados pelo evangelho, pela dignidade da pessoa humana e pelos direitos dos mais fracos.

"Estou consciente de que, aos olhos de alguns de vós sois, por associação, tidos como culpados e considerados de certo modo responsáveis pelos delitos de outros. Neste tempo de sofrimento, desejo reconhecer-vos a dedicação da vossa vida de sacerdotes e de religiosos e convido-vos a reafirmar a vossa fé em Cristo, o vosso amor à sua Igreja e a vossa confiança na promessa de redenção, de perdão e de renovação interior do Evangelho. Deste modo, demonstrareis a todos que onde é abundante o pecado, é super abundante a graça (cf. Rm 5,20)” .
(Carta do Papa Bento XVI à Irlanda - n. 10 - março de 2010)

De outro lado, o Papa em sua indeclinável responsabilidade diante de Deus e da sociedade...
não hesitou em corrigir e condenar os atos errôneos dos sacerdotes envolvidos em tais escândalos:

“Traístes a confiança que os jovens inocentes e os seus pais tinham em vós. Por isto deveis responder diante de Deus onipotente, assim como diante de tribunais devidamente constituídos. Perdestes a estima do povo da Irlanda e lançastes vergonha e desonra sobre os vossos irmãos (...) Violastes a santidade do sacramento da Ordem Sagrada”
(Carta à Irlanda, março de 2010 - n. 7).

Que tenhamos clareza a respeito da própria posição da Igreja frente os últimos casos de pedofilia  e outros escândalos registrados entre o clero.
A fim de que a luz da santidade advinda do olhar de Cristo ilumine a nossa compreensão e fortaleça a nossa fé na Igreja e no Senhor ressuscitado.

 "No mundo tereis tribulações.
Mas não se preocupem, eu venci o mundo".(João 16, 33)

Continua no próximo artigo...

Frei Eduardo F. Melo
Santa Teresa - ES
24 de abril - 2010.

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