Impaciente, Complexo e Imprevisível.

Confesso que nesta semana estive a beira da impaciência.

Tem gente que não acorda pra vida.

Muitas pessoas vivem com algemas invisíveis.

É tanto conflito que dá vontade de gritar no ouvido de certas pessoas.

Muitos não conseguem enfrentar seus inimigos reais.

Tornaram-se prisioneiros de seus próprios corações e de suas opções feitas no passado.

Vivem dentro de cercas que eles próprios construíram.

Sem perceber, aceitam o grito imaginário de um general que exerce domínio.

Acompanho algumas pessoas apavoradas diante do rugir de leões imaginários.

Pena que também são reais.

Há temor e desterro em corações cujos casamentos fracassaram.

Ouvi de uma jovem por estes dias, questionando-me: Frei, será que fui criada para a infelicidade plena?

Seu casamento havia se tornado uma desgraça (segundo ela).
Um estado de espírito negativo tornou-se uma realidade tão cruel que seu pessimismo determinava um futuro nebuloso.

Ela só conseguia pernsar em suícidio.

Acho que na verdade ela já estava morta.

Só conseguia pensar na inevitabilidade do impossível.

Seus sonhos, ela confessou, se tornaram inviáveis. 

Solidão era seu dilema. Gritava para um Deus surdo, para um mundo que não tinha ouvidos e compaixão para com suas dores.

Quantos vivem assim?- pensei.

Se queremos encarar a vida como ela é, não podemos nos esconder.

Diz uma teoria que na raiz do medo descansa não o temor em si; o maior medo não é aquele que temos de nosso inimigo, mas o medo de nós mesmos quando estamos diante dele, porque só ele tem poder de tirar o nosso chão e nos fazer desacreditar na gratuidade da vida.

Coragem é não se aquietar.
Fortaleza na Fé é aceitar encarar a vida como ela é.

Agora estou convicto que o mundo pertence àqueles que aceitam arriscar sua própria existência para atingirem o que desejam. Esses formam a grande comunidade da qual o mundo não é digno. ( Heb 11, 38 ).

Essa é a questão.

Frei Eduardo F. Melo
Sábado
13 de fevereiro de 2010.