sábado, 28 de novembro de 2009

Pequeno Tratado das Virtudes.

 


No meu quarto havia uma janela...
Na janela, uma lembrança.
Na lembrança, um sonho de menino.
No sonho do menino um mundo a desvendar.
Neste mundo, lendas, histórias e realidade.

Era inverno em Petrópolis...
Lembro-me daquelas tardes...névoa nos telhados, cobertor pra aquecer o frio.
As canecas quentes de chá de camomila me lembravam a imagem da nostalgia.
Não era visivel uma "alma viva" na rua...
O incenso perfumava meu quarto.

Li toda a obra "Pequeno Tratado das Grandes Virtudes".
Seu escritor? O Filósofo Frances André Comte Sponville: mestre das palavras.
Confesso que a leitura desse texto mudou minha forma de "Pensar" a vida.
O "Tratado" é um tipo de livro que não poderia faltar na estante do cristão.
Recolhi algumas idéias do Filósofo que enriqueceram meu coração.
Hoje faço questão de tê-las aqui na memória digital deste BLog.
Segue abaixo alguns insights do autor francês.

 
MÁXIMAS DO SPONVILLE.



Oficina de Idéias.

Viver é assumir compromisso com o bem.
Mas a força do bem nasce das ações, nunca das palavras.
A doçura é poderosa, mas a cólera, fraca.

A humildade agiganta e a soberba apequena.
Só o amor envergonha a violência.
Só o amor pode suprimir a agressividade.
Os grandes amam e os insignificantes não se lamentam com a dor alheia.

A compaixão avizinha os humanos, o egoísmo distancia as pessoas.
Bem aventurados os que oferecem o ombro para suavizar as cargas dos frágeis.
Dignos os que perdoam as maldades desnecessárias.



Virtuosos os que não enxergam a amabilidade como dever, mas, como privilégio.
Simpatia é a virtude que não deixa a humanidade isolar-se da dor.
Amar é recuo, recusa de dominar.

Ternura e bondade não nascem como índole ou caráter, mas sempre são desenvolvidas.
O egoísmo cega. A soberba arruína.
A vaidade entorpece o coração.
Infelicidade não se resume à carência.
Desgraça e abundância também dão as mãos e podem andar juntas.

A vida também acontece nos hiatos da espera.
Onde se acha a eternidade senão no presente?
O infinito não repousa no futuro, mas no interior das almas grandes.



O infinito está no sentido que damos ao instante.
A vida se eterniza na brecha que separa o que já foi do que ainda vem.
E isso é o que importa.

Frei Eduardo F. Melo
Santa Teresa- ES
28 de novembro-2009
Salamaleiko.

7 comentários:

  1. Caro irmão, tenho acompanhado seu blog e visto matérias bem interessantes, bonitas... Todos nós, de um modo ou outro estamos tentando levar a palavra de Deus aos irmãos,neste mundo...
    Mas... deparei com este trexto, que está postado no blog e confesso que estranhei a leitura... Causou-me estranheza a indagação... Poderia me explicar o que a matéria quis dizer? Ficou uma indagação no ar, já que todos sabemos - pela Palavra de Deus - que Deus é homem...
    Agradeço a atenção e aguardo retorno.

    Segue o texto:

    "Para Jesus, o que define a perfeição de Deus não são as características filosóficas e lógicas da onipotência, onisciência, etc., mas sim a sua capacidade ilimitada de amar a todos, mesmo os injustos e os maus... Deus não os ama porque merecem, mas sim porque Ele (ou será que Deus é ela?) ama gratuitamente a todas as pessoas, boas e más... Amor tem pouco a ver com merecimento. O amor não é um prêmio que se dá aos bons, mas nasce da liberdade da pessoa que ama. (JUNG MO SUNG) - 22 DE NOVEMBRO-2009".

    OFICINA DE IDÉIAS - REPENSANDO A FÉ EM NOVOS PARADIGMAS. (o título também me deixou pensativa... só gostaria que me esclarecesse... Fique com Deus)

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  2. Nossa, gostei desse livro...deve ser mto bom.
    Virtudes...aí está o segredo de todo bom comportamente eu acho.

    ^^

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  3. Bom poder compartilhar de seus pensamentos,e suas leituras, sinto mais leve a vida. Obrigado! Vc é dez. Abração.

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  4. Querida Iza...

    Na verdade, quando o Jung Mo Sung cita a possibilidade "como pergunta" de Deus ser "ela", ele não está se referindo ao conflito de genero tão presente na história.

    Creio que ele está pensando os atributos divinos como maternidade, criação, cuidado, respeito e afeto como peculiaridades da figura de mãe, logo, porque seria tão herético pensar Deus com a expressão de um rosto feminino?

    Para maiores detalhes consultar o livro "O rosto materno de Deus", senão me engano do Leonardo Boff. Boa leitura.

    um abraço..a paz.

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  5. Querida Renata...

    Obrigado pelo carinho. pela palavra amiga.
    um abração..nos vemos aqui na rua qualquer hora dessas...hehehshshs
    abraço!!
    a paz.

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  6. Adoro ler seu blog, tudo nele se aproveita...fico admirada com sua forma de interpretar as palavras dos livros que nele contém.Não chego nem perto de sua inteligência, de sua capacidade de interpretação, mas tenha certeza que guardo tudo de bom que existem nelas, sinto-me leve quando as leio. Não só as leio e guardo ,mas procuro transmití-las aos que convivem comigo.
    Adoro ver suas viagens e passeis atravéz das fotos, e os comentários que são feitos sobre elas.
    Colhemos o futuro conforme semeamos o presente.
    A paz! Frei feliz!

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  7. ___________________________

    Marcilene...
    querida, tu tens o dom de ler o coração...
    vi sensibilidade no teu olhar..
    olhar de mãe..
    olhar de afeto.
    é coisa bunitaaa....

    vamos que vamos...
    o Blog taí...mas o melhor, ah...o melhor..

    "O melhor ainda está por vir..."
    rsrsrs..um beijo querida.
    A paz.
    ____________________________

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